“Websérie do Ciberterrorista. Capítulo 23. Luz, câmera e ação!”

“Depois que recebi aquela ligação, fiquei muito pensativo nos últimos dias, sem poder acreditar em tudo que aconteceu. O cara misterioso que se comunicava comigo por e-mail, que tinha validade de algumas horas, nunca demonstrou sua real identidade e qual era o seu propósito. Comunicava-me sem imaginar como ele deveria ser. Segundo informações, parece que a investigadora foi morta, mas não sei a verdade, pois o pouco que me lembro é que ela era bem esperta. Os dias passaram e continuo aqui, sem saber mais o que fazer. A única que sabia e estava encarregada de acabar com minhas ações era a gringa. Meu caso deve passar para outro membro da Justiça. Tudo aqui é bem demorado, penso que teremos novidades. A minha defesa está encarregada ao serviço jurídico público.”

“O que será que está acontecendo no mundo? E na internet? Faz muito tempo que não vejo, o celular descarrega muito fácil e preciso disfarçar para que os guardas não descubram, caso contrário nunca mais terei informação do mundo, não tenho acesso à internet. O que devo fazer, esperar? Que o homem misterioso possa entrar em contato? A espera é muito ruim para quem tem pressa de resolver. O que será que vai acontecer, ele disse que iria me tirar daqui, mas como? Duas semanas passaram rapidamente. Já ultrapassa às 3h da manhã, sempre os espíritos do mal costumam aprontar suas travessuras nesses horários. De repente, começa a ter um movimento estranho no presídio, alguns policiais foram em prontidão para o salão e eu escutava eles gritando! Tenham calma, cuidado, isso deve ser perigoso. Juntaram muitos policiais e estavam passando pelo corredor, e frente à cela tinham uma passagem que eles usavam em caso de conduzir algum meliante perigoso.”

“Depois de alguns minutos, os policiais estavam correndo atrás de um homem que entrou na delegacia, que não era muito grande, as celas são bem próximas. O homem estava coberto com um tecido branco, sujo e estranho, parecia alguém que tinha saído do hospital psiquiátrico. Ele estava correndo, parou em frente à minha cela e disse: ‘esse é seu presente, bem-vindo de volta, corra para o buraco de 4 metros e fique lá, vá rápido’. Não pensei duas vezes, aquele maníaco iria fazer algo assim. Então corri e fiquei protegido no buraco que, durante o tempo que estive aqui, cavei. Parece que vai servir, corri e me joguei. O que será que vai acontecer? Estou ‘protegido’ e não dava para escutar o que falavam. Depois de 5 minutos, houve uma grande explosão na delegacia, alguns pedaços de pedregulho caíram e me feriram bastante, mas estou vivo. O que foi isso? Um ataque terrorista? Isso era um homem cheio de explosivos?”

“Passei ainda 20 minutos tentando sair dos escombros da delegacia, sobrou quase a metade do prédio, tudo estava destruído, uma chacina aconteceu aqui, todos os policiais e presos foram devastados pela explosão, estou sem poder me mexer, mas essa é a minha chance, caso contrário chegarão outros policiais e nunca mais irei sair. Saí arrastando pelos fundos, há uma mata fechada, corri, pulei o muro e saí acompanhando a correnteza. Estava sem rumo, corri até uma cabana que havia a 25 km da delegacia. Passei algumas horas para cuidar dos ferimentos. Caminhei até o final da cidade. Cheguei numa estrada, pedi carona, como não era conhecido não tive problema. Pedi para o motorista me levar para a cidade mais distante possível. Passando 4 dias na estrada, cheguei na cidade B, procurei ajuda médica, disse que estava sem registro de identidade ou outros documentos, alguém os pegou.”

“No hospital, passei um dia para realizar exames e cuidar dos ferimentos, logo em seguida procurei algo. Lembrei que o celular estava no bolso e ainda funcionava. Consegui um carregador e deixei o celular carregando por algumas horas. Ao ligar, recebi uma mensagem. Default: ‘Olá, se você estiver vivo, responda agora.’ Sem pensar, disse que sim. Bom, ele queria saber mais, pediu uma fotografia para confirmar minha identidade, depois ele confirmou, está OK. ‘Verifique a sua conta bancária, lá tem algo para você se manter por um curto período.’ Verifiquei e sim, estava uma quantia. Usei para alugar uma casa, computador e alimentação. Estava agora distante da cidade da prisão, todos pensam que morri na explosão. Comecei a conversar com o Default novamente.”

“Passaram-se horas e essa é a minha tarefa, agora ciente, não farei uma atividade forçadamente. As instruções diziam que deveríamos conduzir um cliente a passar uma mercadoria e a minha tarefa era ter acesso não autorizado às câmeras daquela área. Passei algum tempo estudando a área e comecei a escrever um código malicioso. Geralmente, os administradores de rede de monitoramento não se preocupam em trocar a senha dos equipamentos, para eles nunca alguém irá se interessar em ter acesso à câmera. Bom, o acesso é muito simples, como são câmeras do tipo IP, elas possuem um sistema de segurança online. Acessei o IP remoto, começando por 192… E coloquei o login e senha, e como desconfiava, tive acesso, fiz algumas configurações, redirecionei algumas para o meu PC. Pronto, estou em casa e tenho acesso ao serviço de segurança do local indicado.”.

“Chegou a hora de executar minha simples tarefa. Estava observando o movimento do local, o homem vestido de capa amarela estava carregando uma caixa cuja tampa era vermelha e branca. Ele sabia que estava observando, deu um sinal de ok. Pronto, o que fiz foi reiniciar todo o sistema de câmera daquele local ao qual tinha acesso, mas sabia que no máximo 3 minutos os sistemas iriam reiniciar e tudo iria voltar ao normal, fiz um ataque de DDoS no sistema para atrasar o controle remoto a reiniciar rapidamente, fiz uma inundação no sistema com milhões de requisições, derrubando o site, sendo assim, os administradores não conseguiriam ter acesso e reiniciar. Estava conectado ao site de segurança e atualizando, demorou cerca de 40 minutos para que pudesse ser reiniciado. Depois que o site voltou ao ar, verifiquei o sistema de câmera. O que fiz: formatei o site para padrão de fábrica, para excluir qualquer registro de log que poderia ser encontrado, ou usado como prova de invasão. Os sistemas ficaram sem funcionar pelo resto das horas, precisa que os administradores instalem os softwares novamente para funcionar.”

“Agora passei as informações para o Default e disse: ganhei tempo suficiente? Ele agora me responde um pouco mais rápido, sim, só precisávamos de 10 minutos para que nossos agentes pudessem transferir as mercadorias no meio da população e não tivessem registro. Foi um sucesso, bem-vindo de volta. Sem pensar duas vezes, perguntei: o que tinham naquelas malas? O Default respondeu: eram órgãos humanos, que estavam sendo enviados para o nosso cliente no exterior, lá tinha quase 200 mil dólares. Sem estranhar, entendi. Estou aguardando a nova tarefa, me despedi. Ao sair do computador já era de manhã. Ouvi umas batidas na porta. Quem será? Estava desconfiado que fosse alguém da polícia que descobriu que estou vivo e agora como irei agir? Fui até a porta e não respondi, a pessoa ficou insistindo. Fui na cozinha, peguei um objeto pontiagudo, se alguém vier ir me defender. Abri a porta, era a mulher que trabalhava na recepção, disse que o café da manhã estava pronto, você está há dois dias aqui e não saiu do quarto, fiquei preocupada. Um pouco menos tenso, respondi, tudo bem, vou descer. No pensamento… haha ela está preocupada e nem imagina o caos que fiz nos últimos anos.”

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