
Passou duas semanas depois daquele fatídico episódio na chácara. Aquela cena ainda está impugnada na minha mente, vai ser muito difícil esquecer toda aquela chacina. Quase não dormir durante os últimos dias. A sys ainda está no hospital, mas aparenta uma melhora. O impacto foi muito grande para ela, a exaustão causou uma parada cardiorrespiratória, e depois que os paramédicos levaram para o hospital, mas a princípio está tudo bem, penso que irá se recuperar. O que estou fazendo? Tenho que tentar resolver e entender o que aconteceu naquela semana. Depois que me recuperei fui em busca das autoridades locais. Relatei tudo que aconteceu e eles protocolaram e disseram que iriam investigar, mas antes de sair, informei que haviam câmeras que capturaram todo o episódio.
O policial exclamou! Você tem acesso? Pois irá facilitar a captura dos assassinos. Entendido! Vou tentar recuperar os vídeos. O policial, ok. quando tiver em mão poderei anexar a sua denúncia. Depois sai daquele local e fiquei pensativo. Tenho que voltar a chácara e pegar os vídeos. Tomei coragem e fui ao dia seguinte visitar o local da tragédia. Ao chegar na chácara parecia que não tinha acontecido nada, estava tudo normal. Pulei o portão e entrei, vi um ambiente calmo, sem nenhum rastro de pessoa ou animal. As marcas de sangue e pedaços de carne estavam presentes, em poucas quantidades, mas eram visíveis os sinais da violência, estava limpo estranhamente. Que estranho! Parece que alguém chegou antes e fez uma limpeza, será que alguém denunciou e levaram os corpos para os necrotérios ou hospitais da cidade? Deve ter sido. Bom, vou procurar os vídeos, é o que importa.
Na sala, próximo a um quarto, tem uma passagem falsa que pressionando bem desce uma escada que leva para o sótão, mas é imperceptível. Pressionei o botão e puxei a escada. Entrei, para minha surpresa, tudo estava quebrado, TV, câmera, fitas, dvs, CDs, filmadora, tudo num estardalhaço. Não acredito! Alguém esteve aqui? E quebrou tudo? Será que nos conhecia? só pessoas próximas saberiam desses detalhes. Apreensivo, desci a escada, e sai rapidamente, alguém fez isso, quem poderia ser? Será que alguém está me espionando? Arquitetaram tudo isso? Não posso fazer mais nada, e os corpos? Saí da chácara e fui até a cidade para saber se algum hospital ou necrotério tinha recolhido os corpos.
Visitei todos os possíveis. Ninguém soube me responder, houve uma tragédia bem próximo à cidade. Isso está estranhamente errado, como pode? Não estou entendendo. Recebi uma mensagem agora do hospital. A sys acordou e está falando normalmente. Já estava próximo das 16h da tarde, cansei um pouco, mas ainda falta muito para chegar em casa. Peguei uma condução e próximo às 18h finalmente pude descansar. Passei mais 10 dias tentando resolver, reunir provas e nada, ninguém sabe, ninguém viu. Isso me motiva ainda mais a querer saber o que aconteceu?
A sys está em casa, e seguindo sua vida normalmente. Cansei! vou deixar para quem está acostumado em investigação para resolver o caso. Amanhã vou conversar com a sys e veremos o que poderíamos fazer. Na madrugada seguinte recebei uma ligação tipo videochamada, um pouco sonolento, atendi, era a sys, disse “oi”, estava pálida, parecia que tinha visto um fantasma, não entendi, estava medicada? Ela falou: você sempre foi muito compreensivo, amigo, quero que viva intensamente a sua vida. Obrigado por tudo. E logo após uma mão com luvas pretas, escondido na escuridão, passa um metal do tipo bisturi bem afiado na sua garganta lentamente, era visível o sangue jorrar na câmera, ela não demonstrava estar sentido dor, parece dopada, era uma cena horripilante, vai preencher a minha mente eternamente, logo após 45 minutos de vídeo, a câmera descarregou e perdi o sinal.
O desespero tomou conta de mim naquela madrugada, estava sem reação, não sabia o que fazer. Gritava, gritava, gritava, sai em desespero na rua, até desmalhar, soube que desacordei depois. Alguns dias se passa e acordo num leito de hospital, tomando soro e remédio tranquilizante. Não entendi o que tinha acontecido. A enfermeira do hospital me informou ter surtado por alguma coisa, e ligaram para alguém me socorrer, te doparam com tranquilizante e trouxeram para o hospital. Depois que tudo normalizou, liguei para a Sys várias vezes, não queria acreditar o que tinha acontecido, era um pesadelo, não tinha mais quem socorrer ou pedir uma informação. Até que lembrei da Freira que morava nas proximidades. Fui até ela, espero que esteja bem. Ao chegar ela prontamente respondeu: que bom que você se recuperou, está bem melhor, você ficou em observação por alguns dias.
Conversamos até perguntar sobre a Sys. A freira com um olhar triste respondeu: que coisa horrível fizeram com essa moça, quando os paramédicos a recolheram, o seu corpo transparecia um sofrimento intenso, inúmeras marcas, cortes, perfurações e outras perturbações que nenhum ser humano aguentaria presenciar. Já faz dois dias que a enterramos, está em paz. Mas não entendo por que fizeram isso. Após horas fui para casa, ah! Antes de ir embora perguntei a freira. Quando a recolheram ela estava na casa dela? A freira me respondeu: não, parece que ao sair do hospital ela foi sequestrada e mantida em cativeiro, pois a encontraram numa casa nas aproximadamente da cidade.
Disse: entendo, já imaginava que seria isso, é bem estranho, então há uma ligação nas mortes, recolhida dos corpos, e o sequestro. Esta tudo estranho, mas ninguém sabe, ninguém viu, como crimes acontecem aqui e ninguém sabe de nada. Fui diretamente para minha casa, abri meu computador e comecei a salvar uma imagem que tinha fotografado durante aquele dia, não vídeo, tenho um rosto, não lembrei disso quando fui conversar com o policial. Salvei no PC e comecei a pesquisar alguma informação que pudesse entender o que aconteceu. A internet não era tão eficaz nesta época, então comecei a escrever um pequeno programinha para fazer uma varredura, sim, já trabalhava com programação a alguns anos e tinhas algumas habilidades para poder construir software de rastreio ou exploit – tipo código malicioso que pode escanear vulnerabilidade ou algumas imagens em bancos de dados. No dia seguinte fui a polícia e levei a foto e esse vírus junto. Expliquei tudo que aconteceu.
Disse que queria deixar essa imagem com vocês, posso salvar no seu computador? O policial: claro que não, mas irei recolher o seu aparelho e fazer o procedimento. Posso ir, já que o aparelho tem senha e desliga para o protetor de tela a cada 10 segundos. Sim, pode. Ao chegar na central, era possível vê alguns computadores e servidores. O policial disse que aqui há registro de todos os casos, investigado e que estão em andamento, “disse que interessante”. O policial pegou o celular e plugou na USB, baixou a foto, mas um colega policial o chamou para informar sobre uma ocorrência. Aproveitei os 25 segundos de descuido e instalei meu código malicioso no PC central, foi bem arriscado, poderia ter ficado ali mesmo esse dia, foi muito rápido, ele não percebeu, a câmera por medida de segurança não foca no PC, então contei com a sorte. O policial me informou que estar tudo bem e pediu para preencher outro formulário. Meu Deus do céu, fiz sem reclamar, informei os dados e saí sem demonstrar nenhuma reação, bem natural.
Depois fui para casa e liguei meu PC. Espero que tenha funcionando, nunca irei ter outra chance de instalar um código malicioso no banco de dados da polícia. Quando O PC ligou o status de varredura estava tudo ok, realmente funcionou, espero encontrar algo. Após 5h de varredura, já tinha adormecido em frente do PC e com uma imagem em na tela que corresponde as características se aproxima a 99% da imagem. Ah! Então é você, realmente é você, nunca vou esquecer o seu rosto. Li toda a ficha criminal, então você já é conhecido. Vamos iniciar a busca, vou te levar a prisão.