
Onde estou? Esta é a minha primeira vez que consigo me ouvir, mas não tenho certeza de que seja real. Talvez seja algo criado para manipular meus pensamentos. Após muito tempo, acordei definitivamente, mas não tenho nenhuma lembrança do que aconteceu. Estou num equipamento estranho, frio, com o ar condicionado marcando 12 graus. Vejo uma mesa, alguns objetos, uma fotografia e um papel com a foto de uma pessoa. Será que sou eu? A imagem está danificada. Ando por este lugar misterioso, sem entender o porquê estou aqui. Não me lembro de nada.
Peguei alguns papéis na mesa que indicavam procedimentos complexos de mecânica, hidráulica, física e muitos cálculos. Não consigo determinar minha localização exata no tempo e espaço. Passei algumas horas neste local tentando entender melhor. Qual era o objetivo aqui? Pelo que entendi, trata-se de um manual para aprender a viver. Coloquei todo o equipamento de segurança e saí do local. Ao olhar ao redor, vi muitas pessoas com aparência diferente da minha, mas elas me entendiam graças a um protótipo em minha roupa. Um ancião se aproximou e disse: “Que bom que você se recuperou bem! Podemos voltar ao trabalho?” Sem entender nada, concordei. O ancião mencionou estar confuso e ter esquecido quem realmente era.
O ancião me pediu para acompanhá-lo até uma sala, uma espécie de cabana branca. Lá, ele mostrou alguns objetos que poderiam me ajudar a recuperar a memória. O Ancião me entregou um objeto dourado e disse: “Isso chegou aqui há muitos séculos. Parece ser uma identificação e identidade da sua raça.” Ao pegar o objeto, entrei em choque. Tudo piorou. Como era possível que aquele objeto estivesse em minhas mãos? Aquela descoberta me abalou e me fez entrar em uma crise existencial por alguns momentos. O ancião então perguntou: “Você sabe o que isso significa? Que objeto é esse?” Ele conseguiu identificar apenas alguns sons, como os de animais, músicas e vozes.
Peguei o objeto dourado e respondi ao ancião: “Eu sei o que é esse objeto dourado. Realmente trata-se da identidade do meu povo, então isso significa que a missão deu certo? Esse é o disco dourado que as sondas Voyager traziam consigo quando foram lançadas na década de 60. Elas tinham o objetivo de fotografar alguns planetas do sistema solar, como Júpiter e Saturno, mas elas suportaram muitos anos. Eu costumava ler sobre astrofísica e exploração espacial quando era criança, e sim, li sobre o disco mágico que as sondas carregavam. Não entendo, elas voltaram para a Terra?”
O ancião, considerado sábio entre seu povo, respondeu: “Meu jovem, não estamos na Terra. Presumo que este local não exista mais. Não sabemos o que significa ‘Terra’. Então, comecei a me situar e logo percebi que não se trata da nossa terra. Os aspectos e as ‘pessoas’ que vivem aqui são semelhantes aos terrestres. Há uma atmosfera e dois sóis orbitando este planeta. Então, tudo o que deduzíamos na Terra estava correto? Havia, sim, vida fora da Terra? Se esse objeto saiu e chegou até vocês, a teoria estava correta. Então, mestre, o que posso compreender mais sobre isso?” O ancião respondeu: “Meu jovem, você era o nosso guia. Era você quem ensinava ao nosso povo sobre os outros lugares no universo.”
Em uma experiência para retornar ao seu mundo, usamos toda a nossa fonte de energia para enviá-lo de volta, mas deu errado. Você ficou inconsciente por muito tempo, e entendo seu esquecimento. O ancião me levou para outra sala e mostrou um objeto que parecia uma cápsula. Fazíamos algumas missões de viagem com ela. Você conseguiu conectar nossos mundos, porém, como você não é da nossa raça, suas características corporais não são fortes o suficiente para sobreviver por muito tempo. Respondi: “Compreendi. É por isso que estou com essa roupa e preciso ficar naquela cápsula gelada?”
Na sua última missão, conseguimos conectá-lo ao seu mundo. Porém, não temos energia para mantê-lo lá por muito tempo. Você deseja continuar? Respondi sim e perguntei: “Qual era a minha missão?” O ancião respondeu: “Sim, era visitar um amigo, uma pessoa que você admirava.” Empolgado, perguntei sem me preocupar com o tempo: “Por quanto tempo posso voltar?” Ele respondeu: “Por menos de um minuto. Só isso, mas tudo bem?” Respondi: “Vou executar essa missão e voltar para saber quem é essa pessoa que admiro.” Então, alguns “engenheiros” ajudaram na missão, colocaram-me roupas adequadas e me colocaram na cápsula. Fizeram um procedimento e, de repente, comecei a sentir tontura e uma escuridão tomou conta de mim.
Quando recuperei a consciência, estava em outro lugar, totalmente diferente. Parecia o planeta Terra desta vez. Será que estou em casa? O ancião que me guiou disse: “Olhe para aquela casa, na janela, lá está a pessoa que você admira.” Vi alguém sentado, com faixa e bexiga, parecendo esperar por alguém. Cheguei mais perto. Faltavam 10 segundos. O que é o professor Hawking fazendo? Cheguei mais perto e gritei: “Professor!” Mas quando percebi, estava na cápsula do planeta onde estava. Poxa, que decepção! Parece que o professor não conseguiu me ouvir e ver.
Ancião, como isso é possível? O mestre respondeu: “Porque você criou isso. Até que fim você conseguiu realizar seu desejo de voltar. Esperou muitos anos.”