
Olá, meu nome é Geo, e essas são as minhas aventuras. Tenho 4 anos e quero contar um pouco da minha vida, cheia de perturbações. O mundo, de uma noite para outra, ficou maluco. Parece que aconteceu algo que não me lembro muito bem… Ah, deixa para lá. Tenho sonhos muito estranhos, como se tivesse vivido o Apocalipse e visto a Terra inteira pegando fogo. Haha!
Hoje, quero contar que vou assistir a uma apresentação de música clássica. Sabe quando muitas pessoas se reúnem e tocam instrumentos em harmonia? Estou curiosa para ver como será. Já estou no carro a caminho do teatro. Dizem que estará cheio e será algo bem interessante de assistir. Ah, e não tem nada a ver com Terra plana ou coisas de maluco.
Quando cheguei ao teatro, tomei um grande susto. Vi um homem de cabelo grisalho parado ali. Gelei na hora! Pensei: “Não acredito!” Corri em direção a ele e exclamei:
— O que está fazendo aqui, fio da peste? Veio maluco?
O homem, que vestia um terno, virou e respondeu:
— Oi, mocinha, o que você está falando?
Foi então que percebi que não era quem eu pensava. Olhei para ele e disse:
— Nada, moço. Estou esperando minha cuidadora.
E saí correndo. Ufa, menos mal! Não queria mesmo encontrar aquele doido.
No teatro, vi outras pessoas, inclusive chineses, mas dessa vez fiquei mais atenta. Não agi precipitadamente. Seguimos até a arquibancada para assistir à apresentação da orquestra. Eles começaram a tocar músicas eruditas, como Beethoven, Chopin e Mozart. Estava tudo indo bem, até que percebi um músico errar uma nota. Em poucos segundos pensei: “Eita! Ele errou mesmo?”
Era um meio tom a mais, e a frequência da nota ficou abaixo do ideal. Será que foi um problema de afinação? Ou um erro causado pela respiração ou outra interferência? Claro, ninguém mais no teatro percebeu, mas eu sim. Embora tenha sido um erro sutil, vai contra toda a estrutura da obra! Se Mozart estivesse ali, ele certamente questionaria:
— O que você está tocando, músico?
— A Flauta Mágica, senhor. É o que está na partitura.
E Mozart responderia:
— Qual partitura? A que eu compus? Como ousa tocar algo diferente?
Provavelmente ele brigaria com o músico. Afinal, apenas uma frequência errada pode arruinar toda a obra. Não importa se o músico ensaiou exaustivamente por 10 horas; se tocou algo que não está na partitura, está errado. Músico tem que executar o que está escrito, sem invenções.
Depois, pensei em conversar com o regente para apontar a falha. Mas antes decidi explorar o teatro. Desci até o corredor e conheci várias coisas. Para minha surpresa, encontrei um músico tocando a uma certa distância. Ele estava estudando antes de se apresentar com outra orquestra. Fui até ele e perguntei:
— Oi, moço! Há quanto tempo você está ensaiando?
Ele respondeu:
— Há uns 20 minutos.
Na hora pensei: “Nossa, isso coincide com a apresentação da primeira orquestra!” Fiquei curiosa: será que houve um engano? Em tom amigável, pedi ao músico que tocasse um Si bemol. Ele riu e perguntou:
— Você conhece as notas musicais, mocinha?
— Sim! — respondi.
Ele tocou o Si bemol por quatro tempos, uma semibreve. Fiquei chocada. Parecia que a nota dele coincidia com a nota que ouvi na primeira orquestra. Será que confundi as notas? Será que a distração foi minha? O Si bemol parecia ser um Si natural! Que surpresa!
Depois da apresentação, a primeira orquestra foi para um lugar reservado. Eu estava agoniada e queria tirar essa dúvida. Entrei na sala onde estavam os músicos e me dirigi ao regente:
— Moço, quero tirar uma dúvida. Durante a apresentação, ouvi um músico tocar um Si bemol, mas na partitura está escrito Si natural.
O regente riu, e todos os músicos ficaram admirados com a minha observação. Ele brincou:
— Quem foi que errou? Vá até ele.
Fui em direção ao músico que achei ser o responsável.
— Foi este moço! — apontei.
O regente entrou na brincadeira e pediu que ele tocasse o Si. O músico, nervoso, tocou e disse:
— Este é o Si, senhor regente.
O regente pediu que ele tocasse novamente. Ao pressionar as teclas, ficou claro que a nota estava desafinada, saindo como Si bemol em vez de Si natural. Percebi que estava certa! O músico justificou:
— Foi por causa do excesso de saliva, que interferiu brevemente na execução.
Todos os músicos ficaram surpresos com minha percepção. Eu, sem querer arranjar confusão, saí correndo dali antes que eles resolvessem me culpar por alguma coisa. Haha!
Depois disso, fui assistir a outra apresentação.
Continua…