Rodrigo Carv 
Eu não sabia que Nêmesis era uma entidade tão poderosa. Desde a última vez que a encontrei, ela havia tomado o controle do meu corpo, mas agora parece estar ainda mais forte do que nunca. Não sei se a mistura entre anjo e demônio transformou esse ser maligno, mas algo definitivamente a fez evoluir.
Estou um pouco debilitada após o nosso último confronto. Ele me deixou sem muita estamina, e minha vitalidade está seriamente comprometida. Diante de todas as circunstâncias, não tenho certeza se conseguirei derrotar Nêmesis. Ela tirou facilmente a alma de Ambiel, que, tecnicamente, é extremamente poderosa.
Agora estou diante do castelo de Nêmesis. Sei que ela está ali, sentada em sua poltrona, tentando estabelecer seu reinado tanto na Terra quanto no Submundo.
Cheguei próximo a um portal gigantesco e usei meu poder para abri-lo. Todas as almas sombrias que Nêmesis conjurou agora vagam perdidas pelo castelo. Por que, Nêmesis? Por que você quer ter o controle de tudo? Não percebe que o universo exige equilíbrio entre o bem e o mal? Se apenas um lado dominar, o universo será lançado ao caos. Sei que muitos de vocês, do lado sombrio, desejam dominar tudo. Mas nosso propósito, enquanto divididos, é justamente combater o mal.
Percorri um longo caminho. Uma escadaria gigantesca me levava até a sala mais alta, onde Nêmesis me esperava. Por que, no Submundo, existem escadas tão longas? Será uma forma de punição? Deus, tenha misericórdia de nossas almas.
Depois de horas intermináveis subindo, finalmente cheguei ao salão principal. Lá estava Nêmesis, rindo diabolicamente, desdenhando de toda a hierarquia celestial. Senhor Deus, tenha piedade de nossas almas e de todos os seres vivos que habitam esta humilde morada que chamamos de Terra.
Nêmesis, com toda a sua arrogância, declarou:
“Olá, pomposa. Já se despediu das suas amiguinhas? Saiba que desta vez não terá outra chance. Você irá sucumbir, será destruída.”
Sem esperar, Nêmesis começou a usar seus poderes de telecinese, arremessando objetos em direção a Geo. No entanto, Geo desviava com eficiência e tranquilidade. Em seguida, ela retirou um pergaminho com uma oração especial e iniciou um ritual que fez Nêmesis cair de seu trono, embora sem causar dano ao seu corpo.
As duas então começaram a lutar ferozmente, utilizando seus poderes sobrenaturais. A batalha rapidamente escalou, gerando interferências no mundo dos humanos. Ambas, em sua intensidade, abriram pequenas fendas temporais e rasgaram o espaço-tempo, mostrando como suas diferenças desequilibravam o mundo e o próprio universo.
Em um ataque poderoso, Nêmesis lançou rajadas de sombras que desintegraram todos os humanos próximos, roubando suas almas instantaneamente.
Geo, preocupada com os humanos, começa a sofrer danos em seu corpo, o que resulta em uma perda significativa de seus poderes.
“Não posso curar os humanos e me defender ao mesmo tempo…”, pensa Geo enquanto tenta reagir.
Nêmesis a ataca ferozmente, sem dar qualquer tempo para recuperação. O planeta inteiro começa a sofrer as consequências da disputa. Furacões, vulcões, terremotos… Será que a Terra conseguirá suportar esta batalha?
Enquanto Geo luta para se manter firme, uma sombra demoníaca começa a ganhar forma, espalhando sua influência pelo mundo. Muitos lugares na Terra começam a se deteriorar, e desastres naturais passam a destruir tudo, varrendo a vida humana. O céu escurece completamente, cobrindo o planeta em trevas. Geo se pergunta, aflita:
“O que está acontecendo?”
Nesse momento inoportuno, Nêmesis desfere um golpe devastador. Um soco incrivelmente poderoso atinge Geo, lançando-a a quilômetros de distância. O impacto a faz colidir com montanhas, deixando-a gravemente ferida. O golpe foi tão destrutivo que dizimou uma cidade inteira com o atrito de sua queda.
Nêmesis, rindo ao perceber que todo o planeta está sucumbindo à sua fúria e destruição, se maravilha com o caos que engole tudo ao seu redor. Então, ela voa até onde Geo está caída, debilitada e inconsciente, incapaz de reagir.
Aproximando-se, Nêmesis para diante do corpo inerte de Geo e, com um sorriso sádico, declara:
“Você não foi forte o suficiente para me enfrentar, pomposa. Este é o fim do anjo pomposo.”
Ela ergue o olhar para os céus, e com um tom triunfante finaliza:
“Acabou. Agora, todos os reinos serão meus. A Terra é minha!”
No último ato de sua misericórdia distorcida, Nêmesis perfura o corpo fragilizado de Geo, arrancando-lhe o coração. Esse ato desencadeia uma explosão colossal que consome todo o planeta, aniquilando todos os seres vivos e mergulhando a Terra em uma eterna escuridão.
Na vastidão silenciosa da escuridão, tudo o que resta é o eco de uma risada demoníaca.
Enquanto a risada demoníaca de Nêmesis ecoava pela vastidão escura, um silêncio sepulcral tomou conta do planeta, interrompido apenas por um sussurro distante e agonizante. Dos destroços da explosão, uma figura espectral começou a emergir lentamente. Não era Geo, nem um humano, mas algo distorcido, um reflexo sombrio do caos que consumia o mundo. Com olhos vazios e brilhantes como abismos, a criatura ergueu sua cabeça em direção a Nêmesis, murmurando em um tom que parecia vir das profundezas do próprio inferno:
“Nem mesmo as trevas podem escapar do julgamento final…”
O chão sob seus pés começou a rachar, revelando mãos pálidas e ossudas surgindo do solo, enquanto uma energia sinistra parecia puxar tudo em direção ao vazio. A risada de Nêmesis cessou abruptamente, e pela primeira vez, um traço de inquietação passou por seu rosto.
