Olá, meu nome é Geo e tenho 7 anos. Estas são as minhas aventuras. O ano é 1257, época em que eram dominados por imperios, e as leis eram absolutos ao REI. A mulher de branco me trouxe a um passado não tão distante; ela quer me ensinar algo diferente hoje. Estou vestida com uma roupa longa e estranha, um pouco pesada. As ruas e cidades são totalmente diferentes do que estamos acostumados a viver em 2024. Não sei o que realmente estou fazendo aqui. Não havia automóveis, ônibus e prédios; tudo era diferente.
A comunicação e os idiomas eram bem estranhos. Algumas pessoas bem vestidas, que pareciam militares, andavam a cavalo e seguravam bandeiras, preparadas para qualquer eventualidade de conflito ou guerra. Nesta época, havia uma diversidade de crenças e religiões; parece que muitos eram adeptos da mais poderosa. Todos deveriam seguir suas regras e sua opinião. Era possível enxergar que havia uma divisão econômica e algo parecido com divisão de classes. A ordem religiosa tinha poder para comandar suas propriedades, sejam territórios ou impérios. Reis e rainhas eram bem comuns, uma elite voltada à monarquia. Quem desobedecesse seria punido severamente.
Estou conhecendo alguns lugares que os livros do futuro não são capazes de contar. Muitas coisas e detalhes eram bem poucos. Não havia muita coisa a se fazer, mas a riqueza em ouro e joias era somente para a nobreza. Havia um castelo no centro do império, que algumas pessoas foram convidadas a participar, parece um encontro nobre entre os poderosos. Estou com este cartão, com detalhes dourados e laço vermelho. O lacre era feito com tinta pegajosa e prensada com um “carimbo”. O cartão diz em poucas palavras que estou convidada a participar desse encontro, as letras são diferentes, escritas com pena de ave e a tinta foi retirada de uma árvore nobre. Devo participar desse evento. As pessoas me veem? O encontro se aproxima e não conheço ninguém, mas parece que preciso ir até esse lugar, está querendo me dizer algo.
Não sei o objetivo, mas fui mesmo assim. Já era noite quando entreguei o cartão ao guarda. Ele disse: “Tudo bem, senhorita, pode entrar e aguardar a chegada da realeza.” Havia uma poltrona bem acolchoada e detalhada com nome e decoração, que indicava a posição hierárquica das famílias, com brasão. Era uma mesa gigante com 45 metros e havia inúmeras poltronas aguardando os convidados. A “qualidade” e os objetos de ouro que davam um charme ao assento diziam a que tipo de família você pertencia e sua hierarquia. Então, presumo que as poltronas iniciais pertenciam à família mais poderosa deste reino, posso presumir isso devido aos ouros e diamantes que a cercam. Eram quatro desse mesmo nível.
Passaram algumas horas e os assentos começaram a ser preenchidos com seus respectivos donos. Era a elite? E por que estou aqui? Depois de 10 minutos, um oficial do reino pediu para que todos os presentes se levantassem e ficassem em pé para receber o rei, a rainha e sua filha. Aguardamos enquanto eles desciam a escada, que era bem longa. Os guardas tocaram um instrumento para anunciar a entrada de sua majestade. Logo após, foi solicitado que nos sentássemos. Todos à mesa estavam em silêncio. Um senhor de idade mais avançada começou a falar: “Sejam bem-vindos ao jantar e sua majestade pede que todos os presentes se curvem perante a mim.” Todos nós o fizemos. Alguma coisa estava me incomodando; a majestade e sua família não estavam tão “felizes” assim, sinto que algo estava acontecendo.
Logo após, serviram um banquete majestoso. Ele queria dar uma ordem a todos que estavam presentes, já que reuniu a elite daquele país. Sua majestade relatou que sua filha única estava se preparando para se tornar uma futura realeza e que os presentes deveriam contribuir com uma propriedade que já possuíssem. Se não tivessem, deveriam fazer o pagamento em ouro real e sem impurezas. Somos obrigados a fazer isso, senão teríamos um grande problema. Todos aceitaram a proposta para a princesa. Isso me chamou muita atenção. O jantar era só isso? Informar que teríamos que doar algo valioso à vossa majestade? Depois que terminamos, pediram para que nos retirássemos do castelo e fôssemos para casa.
No lado de fora, algo havia me incomodado, algo estranho estava acontecendo. Ainda estou nas redondezas do castelo, parece que não há como entrar, inúmeros guardas reais estão fazendo o monitoramento e outros estão fazendo a patrulha por terra. Quero poder entender e tirar minha conclusão, sinto que algo não estava tão correto. Então, aos fundos do castelo, havia um pequeno bosque com algumas árvores. Tentei ir até lá, passei por algumas árvores, espinhos e caminhei menos de 1 km até chegar aos fundos. Encontrei um enorme portão de ferro, era impossível entrar. As janelas estavam a uma altura de 100 metros. Então recuei um pouco, é impossível, nunca vou saber o que realmente está acontecendo. Pensei bastante, preciso voltar por esse caminho, é impossível. Quando virei as costas para sair daquele lugar, o enorme portão estava aberto. O que?
Então entrei, parecia um lugar escuro, sujo e muito úmido. Havia uma escada longa e algumas portas de madeira que escondiam algo. Mas parece que as pessoas não vêm muito aqui, seria algum espaço esquecido do castelo? Não tem mais saída, o portão está trancando novamente. Pensei bem e aguardei para ter alguma ideia. Logo em seguida, ouvi passos vindo em minha direção, guardas?. Corri para um lugar para me esconder; se eles descobrirem que estou aqui, serei capturada e presa. São guardas reais, eles estavam puxando alguém pelos cabelos, arrastando-o, e ao passar deixava um caminho de sangue. Ele é um prisioneiro? O que ele fez? Então, um dos guardas jogou este homem no calabouço e trancou a porta. Esse lugar é uma prisão? Fiquei pensando por algum tempo. Ainda não posso sair desse lugar. Demorou algum tempo e outra pessoa estava vindo. Quem será dessa vez?
Para minha surpresa, era a princesa que estava no jantar. O que ela faz aqui? Alguém tão nobre? Ela se aproximou da porta onde o guarda trancou o homem e a abriu. Ela trazia alguns pães e água. Cheguei bem perto e vi algo muito estranho: a princesa estava alimentando o prisioneiro e pediu para guardar segredo. Ela estava sofrendo? Será que ela se sentia mal na hora do jantar por causa desse prisioneiro? Qual a relação deles? Então saí e fui ao encontro da princesa, queria saber o que estava acontecendo. Cheguei perto, e a princesa passou direto por mim, como se eu não estivesse presente fisicamente. Eles não podem me ver? Esperei um pouco mais de tempo desde que a princesa saiu daquele recinto. Dessa vez, a própria majestade em pessoa chegou naquele lugar. Tive que assistir para saber. O rei entrou na cela e perguntou ao prisioneiro: “Alguém te alimentou?” Com alguns pedaços e migalhas de pão deixados no chão, o rei ordenou que executassem o prisioneiro com requintes de crueldade. Depois da execução, o rei disse em voz alta: “Ninguém pode desobedecer às ordens do rei.”
Logo em seguida, a majestade saiu do local e foi ao encontro da princesa, entrando em seu quarto. “Você não pode alimentar os prisioneiros, deixe-os apodrecer na prisão. Eu sou a ordem e a lei deste mundo”, disse ele, batendo violentamente em sua própria filha. A princesa respondeu: “Sua majestade, punir com a morte só porque o prisioneiro não tinha alguma moeda de ouro? Você retirou tudo deles, como irão conseguir viver?” “Isso não é preocupação minha. Todos que não fazem parte da realeza devem contribuir para que nossa família tenha uma vida longa e próspera. Você já me desobedeceu algumas vezes, na próxima vez será você a se tornar prisioneira.” Então, sua majestade trancou o quarto e deixou dois guardas apostos em segurança máxima. Passaram-se alguns dias e ela ainda estava presa em seu quarto. Todos estavam em silêncio absoluto. Numa madrugada, seis dias depois dos acontecimentos…
Os guardas que faziam a segurança do quarto do castelo caíram inexplicavelmente, as suas almas foram retiradas instantaneamente. A porta se abriu violentamente e não havia ninguém. Cadê a princesa? Ela não está aqui? Era exatamente 3h da manhã e o silêncio me incomodava. Entrei no quarto e vi uma poça de sangue no chão, mas não havia ninguém, só pegadas em direção à janela. Espere, será que ela se jogou? Não, não é possível. Não há evidências de qualquer tragédia desse tipo. Então saí do quarto e nos corredores havia pessoas caídas no chão. O que aconteceu? Era algo inexplicável. Subi e vi alguns cômodos e todos estavam na mesma condição. Na sala de jantar havia pessoas com cortes, perfurações e decapitações. Descendo até a porta de entrada, fora do castelo, estava sua majestade pregado numa pilastra a 4 metros, sem parte do corpo, e alguns corvos bicando seu peito. Ele foi colocado ali há algumas horas, mas quem poderia fazer algo assim?
Não havia ninguém na cidade. O império do rei desabou? Parece que todos os habitantes desta cidade foram ceifados. Do lado de fora, alguém estava na janela me observando, uma aura negra circundava o quarto dela. Ela olhava para mim com cara de deboche. Ela está me vendo? Então corri em direção ao seu quarto e, ao chegar, ela estava sem os olhos, foram queimados. Ela disse: “Tive que fazer isso, não suportava ver por tantos anos pessoas humildes e felizes sendo torturadas aqui no castelo. Era muito ruim. Nos últimos 8 anos, tive que suportar tanta tortura. Todos no castelo sabiam que os guardas tiravam a vida daqueles que não contribuíam. Sempre fui punida por desobediência. Então pedi ajuda a alguém. Fiz uma troca para que todo aquele sofrimento acabasse e eu iria para sempre com ele. Então li a mensagem no livro proibido e tudo rapidamente se resolveu. E agora preciso cumprir o meu acordo.” Então ela pulou da janela de 100 metros de altura. Sua alma e corpo foram levados para o submundo.
Então Geo diz: “Então foi assim que você nasceu, Nemesis? Você era essa pessoa tão nobre, mas que decidiu seguir o submundo? Rogo pela sua alma que está condenada, que pro odío sentido, se tornou algo muito pior.”
“Essa história aconteceu exatamente há 767 anos. O surgimento de Nemesis, que por muito tempo aterrorizou todos que chegavam próximo ao castelo. As futuras construções e pessoas que se aproximavam das redondezas do castelo eram torturadas por Nemesis, que justificava que eram culpados pela sua tortura e dor. Esse mesmo castelo virou um lugar condenado para sempre e exatamente no mesmo quarto que Geo confronta Nemesis no hospital.