
Recuperei um pouco da minha memória depois que o Ancião me fez lembrar do meu passado. Descobri que me tornei um cientista e que tinha o desejo de ser um explorador do espaço. Era um estudioso do universo, mas, sem querer, abri as portas para um lugar que mudaria totalmente a visão simples que aprendi sobre o universo. Estou neste planeta distante e parece que eles já estão acostumados com a presença de uma vida alienígena. Segundo informações, nesta época, o nosso sistema solar e galáxia não são os mesmos de sempre. Aguardávamos ansiosos para saber aonde esse projeto me levaria. De acordo com informações no meu diário de bordo, ao chegar aqui, os habitantes de Aetheria cuidaram dos meus ferimentos e me vestiram com essa roupa que gera uma atmosfera e elementos essenciais para a existência de vida humana.
A tecnologia dos habitantes de Aetheria está anos-luz à frente da Terra; eles são capazes de fazer coisas inimagináveis. Portanto, consigo trafegar e me comunicar livremente sem que meu corpo sofra as consequências das temperaturas e da falta de oxigênio. Como viajei até aqui ainda continua um mistério, não me lembro. Parece que eles me mantiveram vivo por anos. Para minha surpresa, há objetos guardados pela civilização que comprovam que a Terra existiu, mas aqui não há calendário, datas ou localização. Estou livre para trafegar neste lugar e quero descobrir a localização da Terra. Para isso, fui até a cápsula que usei para obter mais informações. No laboratório, os cientistas que estavam estudando me deram algumas informações a respeito da cápsula: quantidade de energia, tempo que consegui atravessar o espaço-tempo para chegar ao planeta Terra. Após horas de estudo, chegamos a um cálculo bem interessante.
Devido ao gerador de energia e massa me transportar por poucos segundos, foi possível determinar a localização e o tempo. Nada bom para os resultados e para minha civilização natal. Os dados que conseguimos através do simulador indicam que se passou muito tempo que a Via Láctea se transformou, sendo agora conhecida como Andro-Láctea. Fiquei pensativo e assustado porque esse fenômeno ocorreu há bilhões de anos terrestres, o que significa que o Sol já passou por sua transformação para gigante vermelha e engoliu os planetas do sistema solar. Então, não há lugar para voltar? Duas semanas fiquei analisando a cápsula do tempo até encontrar uma forma de voltar. Calculamos tudo e estamos preparados para realizar uma viagem para o nosso planeta.
Segui alguns protocolos de segurança: roupa, um comunicador universal, equipamentos médicos, etc. Todos estavam se preparando para que tudo desse certo. Antes, me encharcaram com um líquido gelatinoso que parece proteger contra os impactos da viagem usando a cápsula. Não sei se posso, devido à minha genética, usar teletransporte. Ligaram o equipamento, e uma sucção parece me puxar; todas as partes do meu corpo parecem estar sendo esticadas. E um pequeno vislumbre branco me faz mudar instantaneamente de lugar. Estou em um lugar estranho, parece que a minha cápsula não estragou. Não entendo ainda como isso funciona, lembrando que os dados para voltar estão sempre comigo, não arriscaria me perder no espaço. Parece um planeta diferente, o céu é cinza e com pouca radiação solar, mas a minha roupa se adapta ao lugar, criando um ambiente favorável à minha sobrevivência. Comecei a explorar o planeta e observei que ele é rochoso, possui água e alguns animais e vegetais estranhos.
Já faz dois dias que estou aqui explorando lugares. Não parece ser um planeta perigoso. Subi uma pequena serra e vi um habitante olhando para baixo. Cheguei perto dele e comecei a interagir. Usando um tradutor universal, posso conversar bem com outros seres. O alienígena contou um pouco da história desse planeta, que a civilização desenvolveu este lugar, construindo alguns monumentos. E que passaram 1000 Blip. Imaginei que essa seria uma medida de tempo, convertendo para o tempo da Terra seria uns 10 milhões de anos. Então há uma história deste lugar. O habitante ainda informou que este lugar se chama Aetheria Tellus, que circunda uma estrela pequena. Ele disse que o planeta é um lugar bom para viver. Logo abaixo há uma pequena “cidade”, nada comparado com a Terra. Alguém há milhões de anos chegou aqui e, desde esse tempo, pessoas conversam com esse ser. O habitante Aetheliense me ajudou em um tour pela cidade.
Ao chegar, me deparei com um monumento com alguns quadros gigantes e estátuas que eu não conhecia. Parecia uma mulher com asas, como isso é possível? Registrei algumas imagens para documentar minha exploração. Todos os Aetheliense admiram esse quadro. Não lembro de ter visto nada parecido.
Parece uma mulher adulta com asas gigantes. O habitante Aetheliense disse que as imagens foram pintadas em quadros gigantes e demonstram o momento exato em que esse ser apareceu pela primeira vez para eles. Foi algo surpreendente, parecia alguém de outro planeta. Ficamos admirados por sua imponência e resolvemos construir um monumento. Desde então, ela nunca mais apareceu. Fiquei surpreso com a explicação dele. Depois que passamos pelo templo, chegamos a um rio que cobria um espaço gigantesco. Tudo era totalmente estranho, nada parecido com o que eu já tinha visto. Passei muito tempo explorando esse planeta, mas tudo que queria era voltar para a Terra. Parece que os cálculos estavam errados ou não usei energia e massa suficientes para me enviar para outro planeta. Despedi-me do Aetheliense e fui em direção à minha cápsula para voltar ao planeta de origem. Quando me aproximei, alguns habitantes pegaram no meu braço e disseram que estou sendo capturado por violar uma regra de espaço-tempo. Então fui levado com eles. O que será que irá acontecer? O viajante do tempo ficará retido no Planeta Aetheria Tellus?