
12 de agosto de 2006, uma tarde que nunca mais vou esquecer.
Parecia um dia qualquer como todos os outros. No sábado a tarde ia passar o dia na casa de uma amiga que morava numa fazenda tipo chácara um pouco afastado da cidade. Pronto! Ela chegou me pediu para entrar, fique a vontade rsrs, vou chamá-la sys, então olhou para mim e perguntou: você está melhor? rindo, prontamente respondi com aquele sorriso forçado, sim, estou tranquilo. Ela me fez essa pergunta por que na semana passada conheci o pai dela que era um sujeito bem bruto, com cara fechada e bem amedrontador, espera ele é um tenente do exército que está aposentado, tardiamente não queria saber dessa informação. Na verdade, pensei que a sys iria lembrar daquele dia que ela quase morreu de tanto ri, inventei de amarrar os seus pés levemente sem machucá-la, e derramar leite na sola, que logo um filhote de cabra iria lamber, fazendo sentir cócegas terríveis. Ainda bem que não era isso, não queria que ela lembrasse disso.
A razão desse sentimento era outra que fui a casa da sys ela me apresentou: meu pai trabalhou no exército e na polícia por décadas, já viu de tudo nessa vida, muitas mortes. Pensei porque ela vai me dar essa informação logo agora? O chão é o limite, não tinha mais perna. Ele ao sentir o meu medo questionou: ei rapaz, você é o que dá minha filha? seja sincero. Pronto, minha alma saiu do corpo por minutos, logo disse: só amigo senhor. O ex-tenente respondeu: espero que seja só isso, você não quer passar um dia na prisão, não é? respondi: claro que não, senhor. Ele começou a ri um pouco, estou brincando com você, seu cabra. Fique tranquilo! Logo depois dessa situação constrangedora comemos um lanche e saímos para visitar uma Freira que sempre fazia uns bolinhos de chuva, assim eles chamavam quando a visitávamos. Era uma senhora de aparência frágil, bem gentil, serena, sempre me dando os melhores conselhos. Gostava de conversar um pouco, sempre compreensiva, sim, não era a primeira vez que fazíamos visita, ela faz parte de uma história.
Depois de um tempo saímos e fomos para a chácara, pense na fome que deu, depois que caminhamos uns 2km em estrada de terra. Ao chegar encontramos algumas poucas pessoas só familiares próximos, 4 pessoas somando eu e a sys. A sys me chamou para o sótão, lá tinha uma espécie de sala de jogos, ficamos por lá algumas horas, levamos a metade do almoço para lá, o que fazíamos era jogar jogos do tipo supernitendo, tínhamos alguns cartuchos por lá perdidos e dividíamos o tempo em jogar e observar as câmeras e dava acesso para tudo o que acontecia dentro da chácara, todos os cômodos. Todo mundo estava se divertindo muito nesse dia, eram musicas antigas, o povo dançando, comendo, contando algumas piadas e um converseiro-o que só, não tinham bebida devido à religiosidade dos donos da chácara. Só que……
Infelizmente não estava esperando uma mudança tão trágica naquele dia tão belo.
Nunca imagine que iria passar por uma situação tão horripilante que vou relatar a partir de agora. Estava tudo calmo, depois das duas horas da tarde, um carro preto, com vidro fumê, parou em frente da casa da chácara, e logo começou um tiroteio, todos desprevenidos, não tiveram reação, foram assassinados a sangue-frio, sem nenhuma misericórdia. Em algumas cenas o assassino arrancou a cabeça da senhora que tocava, o outro levou 17 tiros e os outros dois foram alvejados sem que ninguém da vizinhança percebesse. Nós estávamos assistindo tudo, sem acreditar naquela história de terror.
Desesperado não podia fazer nada, estavam seguros no sótão, ninguém que convive dentro da chácara sabia da existência desse sótão, ninguém podia ter acesso. Não podia fazer nada, se saíssemos seríamos mortos com certeza, tivemos que esperar toda aquela situação terminar e eles fugiram. Depois de 45 minutos trancados no sótão, tivemos coragem de sair e correr o mais rápido possível daquele lugar e pedir ajuda a primeira pessoa que encontrássemos. Por que eles fizeram isso? Será que vingança? o que motivou essa tentativa de assassinato? Quando tivemos a certeza que tudo estava bem, saímos e encontramos uma cena de filme de terror, uma chacina, não sobrou ninguém, estava com um amontoado de partes dos corpos espalhados no chão, passamos entre os cadáveres, ao chegar até a porta, a sys não aguentou de exaustão e caiu, ligue para ambulância, esperei uns 10 minutos até leváramos ao hospital.